Aposta
No final das contas Henry só precisou tirar alguns
documentos do cofre, digitalizar e enviar para o e-mail de seu pai. Priscila
não entendeu o motivo de ser ele a fazer isso, pois, era impossível que o diretor
da filial não tivesse acesso ao segredo do cofre. A garota então chegou à
conclusão de que seu amigo só estivesse querendo arrastá-la para fora do
apartamento. O que acabou ficando comprovado quando ele sugeriu que eles fossem
ao parque, coisa que ela não negou ao amigo, ainda mais com ele sabendo que ela
sempre guardava um tênis de caminhada no porta-malas do carro, e por estar
vestindo uma calça de ginástica. Assim, quarenta minutos depois de deixarem o
escritório lá estava Pryh trocando as sandálias pelos tênis.
– Você escolheu essa sua roupa de propósito não é sua peste?
– Perguntou a garota mirando o rapaz trajado de bermuda, camisa e tênis de
corrida, que agora lhe sorria angelicalmente. – Não precisa nem responder, sua
cara já diz tudo. – Henry gargalhou, puxou Priscila para que ela se levantasse
mais rápido do banco, lhe tomou as sandálias e as jogou no porta-malas,
fechou-o e acionou o alarme do carro.
– Foi só coincidência assim como sua legging e essa
camiseta. – Ele a olhou de cima a baixo parando nas curvas de suas coxas. –
Adoro quando você usa essas calças sabia? – disse ele sem nem se importar em disfarçar
o sorriso malicioso que se pronunciava.
– Vê se te enxerga garoto! – a advogada de um tapão no braço
do rapaz que fez um bico enquanto passava a mão pelo local. – E nem adianta
fazer esse bico porque o tapa nem doeu. Agora vamos?
Os dois começaram caminhando pelo jardim japonês, mas não
adentraram muito no lugar, pois Henry insistiu em correr em torno do lago
principal. Quando estavam se aproximando do mesmo a garota deu um pedala na
cabeça do amigo e saiu correndo, sendo seguida por ele imediatamente. Graças à
vantagem de ter saído antes ela conseguiu chegar primeiro ao gramado que
ladeava o lago, mas assim que Henry chegou a derrubou na grama, tomando o
cuidado de cair por baixo para que seu corpo amortecesse a queda e a menor não
se machucasse.
– HENRY! – Priscila tentou parecer com raiva, mas acabou
rindo da situação.
– O que foi? – perguntou ele abraçando-a forte pela cintura,
ao mesmo tempo em que prendia seus braços, para se proteger caso ela tentasse
estapeá-lo.
– Isso não foi legal! – reclamou séria.
– Então porque você estava rindo há dois segundos? –
contestou ele num tom provocativo.
– Porque você começou a rir primeiro. – respondeu ela já
rindo outra vez.
Mochi apenas balançou a cabeça negativamente enquanto se
sentava. Priscila fez o mesmo, mas depois puxou Henry de modo que ele apoiasse
a cabeça em seu colo, para que ela pudesse brincar com os cabelos do mesmo.
Aquilo era uma forma de agradecê-lo pelos momentos descontraídos que ele lhe
proporcionou desde que chegara a cidade. Ao sentir os dedos da amiga deslizando
por entre os fios de seu cabelo de forma leve e carinhosa ele fechou os olhos e
se deixou levar pelo toque. Memórias da época de faculdade, quando eles
passavam horas daquela mesma forma, invadiram sua mente e o fizeram sorrir.
Como num espelho que reflete uma bela imagem a garota também sorriu, já
imaginando por onde os pensamentos do outro andavam.
Minutos depois ela ainda observava a fisionomia calma de
“seu Docinho de Leite Ninho”, o peito do garoto subia e descia em um movimento
ameno e ritmado. Por algum motivo obscuro sua atenção se voltou para o lago, à
luz do final de tarde iluminava o parque dando uma aparência meio fantasiosa e
mágica ao lugar. Ela ergueu o olhar para observar as pessoas que caminhavam por
ali, e foi exatamente nesse momento que seus olhos captaram a imagem dele.
DongHae corria do outro lado do lago, havia aproveitado a
tarde folga para se exercitar e queimar as calorias que ganhara no almoço.
Usava bermuda preta, tênis e regata de cor branca. Essa ultima estava colada em
seu peito e começava a se umedecer devido sua transpiração. Um ipod preso no
braço esquerdo tocava alguma música agitada, ditando o ritmo da corrida, além
de deixá-la mais divertida.
Priscila sentiu um arrepio percorrer seu corpo como se
tivesse levado um pequeno choque, exatamente como acontecera na primeira vez
que o cumprimentou. Ela ainda estava com raiva do garoto? Sim, mas nem isso
podia impedir-lhe de achá-lo atraente, ainda mais correndo daquela forma, ela
parecia tão descontraído e até mesmo tentador. Além disso, talvez ele não fosse o cara do Audi, já que ela o tinha visto em
outro carro, assim como poderia ser seu colega de apartamento quem a
atrapalhara no outro dia ligando o som naquela altura ensurdecedora.
Sem que percebesse a garota parou de acariciar os cabelos de
Henry. Agora tentava entender o motivo de ficar arrumando desculpas para
DongHae, nunca se preocupara em faze isso com ninguém, porque ele? Porque
agora? Seus devaneios e contato visual com o professor de dança forram
interrompidos por Mochi que reclamava a falta do afago das mãos dela.
– Você é muito mimado sabia? – indagou em tom de censura.
– A culpa é toda sua por me deixar assim. – Henry se
defendeu voltando a fechar os olhos ao sentir o toque brando da amiga voltando
aos movimentos de antes. – Além disso, tenho que aproveitar enquanto estou
aqui. – concluiu simples, fazendo a garota sorrir e depositar um beijo na
bochecha do amigo.
Priscila percorreu com os olhos toda a extensão em volta do
lago buscando DongHae, mas não o avistou. “Provavelmente
ele foi embora ou para outro lugar” pensou ela. O sol que já dava sinais de
despedida deixou o parque um pouco mais frio com o decorrer do tempo fazendo
com que a advogada chamasse Henry para voltarem para casa, o mesmo concordou e
eles foram caminhando abraçados em direção ao estacionamento.
-X-
Anabell chegou toda sorridente ao prédio em que
agora morava. Depois do almoço com seu novo – e gato – chefe ela aproveitou
para passar em um shopping e comprar a roupa que usaria naquela noite. Pois, as
garota haviam avisado que iriam sair para comemorar oficialmente sua chegada.
Com isso lá se foi sua tarde entrando de loja em loja em busca de algo que lhe
agradasse. Quando a porta do elevador se abriu no seu andar ela deu de cara com
uma Kelle bastante irritada. Já sabia que a garota tinha um temperamento
peculiar então resolveu que não iria perguntar diretamente o que aconteceu, porém
isso se mostrou desnecessário.
– Bell! Deu tudo certo? – perguntou a produtora
abrindo a porta do apartamento.
– Deu sim, meu chefe é adorável e achei uma roupa perfeita!
– respondeu ela animada.
– Que bom para você, meu dia foi o avesso disso. – falou
Kelle colocando a bolsa e o casaco no armário da entrada. – Tudo por culpa do
contador idiota!
– O que? – Bell estava por fora do assunto.
– É uma loooonga história. – explicou ela
– Se quiser contar, temos tempo. – propôs a médica.
– Tudo bem, mas vamos para a cozinha que estou com fome. –
Falou Lele já rumando para o local. Depois do lanche preparado ela começou a
explicar a novela toda para a mais nova.
– Mas Kelle, tudo isso começou porque ele te chamou de
“outra produtora” uma vez? – Anabell usou todo seu autocontrole para não rir.
– Não é isso, okay, também... Mas ele me tira do sério, e
definitivamente não gosto de pessoas que alterem meu humor. – esclareceu Kelle.
– Quem está mexendo com você? – Ryo havia chegado ao
apartamento tão silenciosamente que deu um susto nas outras duas que estavam
conversando distraidamente.
– LUANA! Quer me matar!? – Perguntou Lele que com o susto por pouco não caiu da
bancada da cozinha.
– Não seja dramática! Deixe-me adivinhar, estava falando do
tal do SiWon? – No momento em que disse o nome ela se deu conta que os dois
rapazes que conhecera no almoço eram os mesmo que trabalhavam com Kelle. – OMG!
Agora eu entendi porque você tá tão afetada. – Ryo riu.
– Que? – perguntaram Kelle e Bell em uníssono.
– Eu conheci o SiWon e o Hee... HeeChul hoje. – Luana ficou
um pouco sem graça ao dizer o último nome, mas disfarçou antes que pudessem
perceber. – E Lele você tem que confessar que ele é um gato.
– Ryo como você diz que aquela mala é gato? – Kelle ficou
indignada, o que era suspeito.
– Onde você os viu? – perguntou Bell ignorando o ataque da
outra.
– Eles apareceram no nosso restaurante favorito, eu fui
almoçar com o Jae, lá. Os dois são amigos do DongHae. – Ryo terminou a frase
rindo muito.
– Ficou doida é?
– Não, é que o SiWon te tira do sério e o DongHae faz o
mesmo com a Pryh, de um jeito ou de outro. E se for mesmo igual preciso muito
ver você sozinha em uma sala com ele.
Anabell achou melhor não comentar que concordava com o fato
de SiWon, pelo que Kelle lhe disse, ter muito mais poder sobre ela do que a
garota gostaria de admitir. Iria perguntar a fotografa sobre Priscila e o tal
de DongHae mais Kelle foi mais rápida.
– Espera ai, se bem me lembro quem ficou irritada com o
DongHae foi você, a menos que... Deus, não me diga que...?
– Sim, pelo menos a Pryh tinha certeza que ele é o cara do
Audi Azul. – Ryo continuava rindo – Mas a pior parte é que no dia em que ela
foi até o clube rolou o maior clima entre os dois.
– As duas querem me explicar o que está acontecendo? – Pediu
Bell.
Kelle e Luana se revezaram para informar a médica de toda a
história do Audi, a birra com a vaga, e sobre o dia em que a garota foi até o
clube e entrou dançando na sala de dança. Assim como a história de que Priscila
teria visto o professor no terraço algumas noites antes. Isso acabou por
relembrar Ryo de tentar descobrir o porquê de a garota estar em tal lugar, e se
eles haviam ou não conversado. Embora ela julgasse improvável a amiga tendo uma
conversa com DongHae só de pijamas, sem contar o fato de que ela ficou totalmente
sem graça quando o rapaz fez alguns passinhos de dança.
– O cara da vaga então é o mesmo que ela implica sem motivo
nenhum e que conseguiu deixar ela vermelha? – Bell perguntou, apesar de a
resposta estar obvia.
– Foi o que acabamos de dizer. – respondeu Kelle.
– Essa história me parece familiar, o cara parece à
combinação dos dois homens a que Pryh foi mais ligada, embora um deles tenha magoando-a,
o que explicaria a implicância.
– Henry e Bryan? – arriscou Lele.
– Sim os dois. – respondeu Anabell um pouco triste.
– Mas como assim a combinação dos dois? – perguntou Luana
Bell então contou as amiga que a advogada havia conhecido o
ex-namorado por causa de um erro na demarcação das vagas do estacionamento da
faculdade. A garota havia se encantando por Bryan, os dois ficaram amigos e
depois de um tempo começaram a sair, e logo estavam namorando. Porém o namoro
dos dois havia terminado de modo suspeito. Nem Bell havia entendido direito,
pois a ultima coisa que se lembrava era de Pryh ligando para ela avisando que
ao invés de passar as primeiras semanas de férias na casa da amiga em Dallas
iria fazer uma surpresa para o amado, voltando mais cedo de uma viagem que
ganhara da faculdade para um congresso. Depois disso Anabell só viu Priscila no
começo das aulas, e essa lhe relatou que havia terminado com o namorado depois
de uma longa conversa.
– Tá isso explica a semelhança com o ex dela e o Hae, o modo
como se conheceram, mais e o Henry. Ele é fofo e tudo mais... – comentou Ryo
– Quanto ao Henry – continuou a medica com um sorriso – Ele
foi à única pessoa capaz de deixar Pryh vermelha, pelo menos de forma
considerável, dessa mesma forma que a Ryo descreveu. Como vocês sabem é mais
fácil aquela cara de pau deixar alguém roxo de vergonha do que ela mesma ficar
sem graça então tem de se levar a pessoa em consideração por tal feito.
– Eu ainda acho que esses dois têm alguma coisa! – comentou
Kelle pensando na maneira que Pryh e Henry agiam.
– Já afirmei alguma coisa do tipo na época da faculdade, mas
ela tinha namorado e ele sempre tinha seus rolos, e depois do termino com o
Bryan a relação dela com o Henry não pareceu sofrer nenhuma alteração, porque
eles andavam grudados mesmo antes de tudo, e continuaram assim. Além disso,
quando alguém questionava um possível namoro eles negavam e como eu disse Henry
às vezes aparecia com algumas garotas em festas da faculdade, e a Pryh nunca
deu sinal de ciúmes quanto a isso. Então concluí que não tinha nada haver essa
teoria.
– Okay, mas agora conta que situação foi essa que o Mochi
deixou a Pryh vermelha. – pediu Ryo – A não ser que ela tenha ficado assim por
“vergonha alheia” não consigo imaginar nada.
– Não foi nada disso, nem é algo para se fazer tanto
alvoroço, mais eu nunca me esqueci da cena...
– Dá para parar de fazer suspense? – Kelle já estava
impaciente.
– Tudo bem, calma. Foi uma noite em que ela, Henry, Jackson,
meu namorado na época, e eu estávamos em
um barzinho bebendo. No final da noite o Jackson disse algo sobre me achar a
garota mais bonita do campus. Xaveco de namorado bêbado, eu sei. Só que o Henry
ficou meio indignado e disse que não concordava com a resposta, perguntamos
quem seria a garota mais bonita e ele não quis responde, depois de muito o
pressionarmos ele finalmente confessou que para ele esse título ficaria com a
Pryh. Quando o garoto falou isso ela ficou parecendo um pimentão vermelho de
tão sem graça.
– Que coisa mais fofa! – disse Lele, que até aquele momento
já era totalmente a favor de um relacionamento entre os dois, depois dessa se
Henry precisasse teria sua ajuda com toda certeza.
– É fofo mesmo. – Luana não pareceu tão animada, pois tinha
uma opinião um pouco divergente da sua companheira de apartamento, e tomaria o
partido de outra pessoa caso ele tivesse chance com a advogada. – Mas então,
você acha que ela só implica com o DongHae, porque ache que ele pode, sei lá, ser igual ao Bryan? E que de alguma forma
ele pode ter mexido pelo menos um pouco com ela?
– Sinceramente sim. Para as duas respostas. – respondeu
Anabell tentando imaginar como o outro rapaz seria.
– Entendi. – Ryo sorriu maliciosamente enquanto uma ideia se
formava em sua mente.
Kelle iria perguntar o que a garota aprontaria, mas Priscila
e Henry entraram no apartamento fazendo barulho e rindo um pouco. As três
garotas então mudaram rapidamente de assunto para evitar que fossem
descobertas. Assim que a advogada avistou a sacola de shopping ao lado de Bell
deu um jeito de arrastá-la para o quarto no intuito o que a amiga havia
comprado. Ryo também se retirou para seu aposento e foi tomar um banho e depois
ligar para JaeJoong convidando-o para sair com eles. Henry ficou na cozinha
aproveitando o lanche que Kelle lhe servira, e comentando sobre seu dia com
Priscila, fazendo a garota achá-lo ainda mais adorável.
-X-
Henry estava jogado no sofá assistindo a um programa
qualquer, já havia se aprontado a um tempo razoável e as garotas ainda estavam
trancadas em um dos quartos. Para seu próprio bem ele decidira não apressá-las,
devido algumas experiências do passado, ele sabia que correria risco de morte
caso fosse bater na porta daquele quarto. Então apesar de estar sentindo-se
entediado e impaciente, só lhe restava esperar. Algum tempo depois ele ouviu a
voz das garotas se aproximando pelo corredor. Olhou sobre o ombro e viu três
das mulheres da casa já em suas roupas de balada. O garoto murmurou alguma
coisa sobre Priscila ser sempre a ultima a ficar pronta enquanto se levantava
para elogiar as garotas.
Ryo usava uma saia balonê de cor branca de tecido fluido, um pouco
acima da metade da cocha, uma t-shirt acetinada cinza chumbo, e um colete de um
material que se assemelhava a couro, nos pés uma sandália gladiador preta de
salto alto. O contraste entre cabelo platinado da fotografa, que estavam
soltos, e a parte superior de sua produção geravam uma presença marcante, e
evidenciavam os magnéticos olhos puxados de cor âmbar. Já Bell optou por uma blusa de crepe de seda com estampas de onça e gola
canoa. Saia de poliéster preta, com leggie da mesma cor, seguindo a mesma
coloração, nos pés uma sandália com tiras que se entrelaçavam um pouco acima do
peito do pé. E para finalizar braceletes pretos com strass. Kelle por sua vez
resolveu que iria com um vestido azul de seda-acetinada, o qual pegava no
meio de sua cocha, a saia que tinha referências do modelo tulipa, combinada com
o cinto do mesmo tecido que passava pela cintura evidenciava as curvas do corpo da produtora.
Já a parte superior do vestido era transpassada, formando um “V”.
– Você também está muito digno Mochi! – Luana falou
e Bell concordou com a cabeça.
– Quase perfeito – Kelle falou e se dirigiu a ele arrumando
o colarinho da camisa branca que o garoto usava. – Pronto agora sim.
– Agora só falta a lerda da Pryh. – Bell falou rindo.
– Eu já tô pronta. – Priscila gritou aparecendo no corredor,
tinha optado por uma produção mais clássica, como já era de se imaginar, usava
um vestido justo, feito de poliéster acetinado. A saia cor de rosa tinha varias
dobras de tecido em um dos lados indo de encontro a um laço, que tinham
pequenos babados que iam até um pouco acima da barra do vestido, acima da linha
do busto o tecido era mais fluido e na cor branca, com um decote em “V”, esse
padrão seguia até o ombro, que estavam a mostra devido ao cabelo que havia sido
todo preso corte curto do cabelo da advogada. Nos pés uma sandália vermelha com
strass. Henry passou a observá-la com um sorriso torto.
– Você ficou linda! – comentou Bell.
– Muito linda... – o garoto deixou escapar enquanto ainda
olhava-a de forma hipnotizada.
As garotas iriam fazer algum comentário, porém foram impedidas
pelo toque do celular de Luana. Ela olhou no visor e leu a mensagem que
JaeJoong enviara dizendo que já estava no estacionamento do prédio.
– Jae já tá lá embaixo, vamos logo! – falou a fotografa
fazendo Henry acordar de seus pensamentos.
Os cinco pegaram o elevador e encontraram Jae encostado em
seu carro. Ryo foi a primeira a abraçá-lo, seguida de Pryh. A parte mais cômica
disso foi que mesmo enquanto abraçava a mais nova o rapaz ainda matinha o olhar
fixo em Luana. Que, para ele, era indiscutivelmente a mais deslumbrante das
amigas. Enquanto fazia a apresentação das duas novas figuras do grupo a
advogada notou o olhar de Jae, assim como o brilho diferente em seus olhos, e
teve um palpite do que estaria acontecendo.
Por
fim, Priscila praticamente enxotou Ryo para o carro do amigo, mas como nada
nesse mundo é perfeito, Luana inventou de levar Kelle junto para “balancearem o
peso nos carros”.
Quando eles chegaram ao lugar combinado – uma badalada boate/champanharia
do centro – encontraram uma fila enorme. Anabell olhou para seus próprios pés
amaldiçoando os saltos que usava ficar de pé ali não seria nada confortável.
Porém para sua sorte isso não seria necessário, bastou Priscila se apresentar
como a advogada de Kylle – o dono do lugar – para os seguranças deixarem ela e
seus amigos passarem, gerando certo rebuliço entre as pessoas que teriam que
esperar. Lá dentro não estava tão lotado de gente assim, mas de acordo com a
política do dono: Manter uma fila razoável faz bem para a fama do local.
Os seis seguiram para o segundo andar para se acomodar numa
mesa de onde poderiam observar a pista de dança e ao mesmo tempo terem certa
privacidade. Kelle e Anabell ficaram esperando sentadas em um dos sofás que
ladeava uma mesa alta, enquanto Henry, JaeJoong e Ryo foram apanhar bebidas
para todos e Priscila se dirigiu ao escritório de Kylle para cumprimentá-lo
pelo sucesso da champanharia. Quando voltou ela se acomodou entre Bell – que
estava ao lado de Kelle – e Henry, ao lado desse ficou Ryo e por ultimo um JaeJoong
meio desconfortável com a proximidade da fotógrafa e o outro rapaz.
Eles ficaram observando o lugar que estava ficando lotado
enquanto conversavam, até que Luana começou a ficar inquieta. O lugar estava “bombando”
demais para ficarem ali parados, só conversando.
– Afinal, viemos aqui para curtir ou não? – falou ela se
levantando – Vamos dançar garotas! Vocês não podem desperdiçar essas produções
sentadas aí sem ninguém para apreciar.
– Hey nós estamos aqui também Okay? – reclamaram Henry e
JaeJoong quase que ao mesmo tempo.
– Nossa, sabia que eu nem tinha percebido? – Ryo ironizou –
Não sejam bobos, não é para os dois ficarem aí né? Andem! Get on the floor now!
Depois de uma
intimação dessa não havia como eles ficarem sentados. Então todos se dirigiram
ao primeiro andar e começaram a dançar as músicas agitadas que o DJ comandava.
Intencionalmente ou não, mesmo os seis estando dançando juntos dava para
perceber que Priscila e Henry, JaeJoong e Luana acabavam por dançar mais
próximos uns do outro, Isso acabou ficando ainda mais evidente quando Bell foi
arrastada para o centro da pista por um belo rapaz de cabelos loiros
encaracolados, e Kelle foi para o bar com conhecido. Para completar a situação,
começaram a tocar uma seleção de música um pouco mais suave fazendo com os
rapazes abraçassem Pryh e Ryo pela cintura trazendo-as para perto de si.
JaeJoong estava mantendo toda a sua concentração em não
cometer algum erro do qual se arrependeria depois. Ter Luana abraçada com ele
durante aquela dança estava sendo uma prova ao seu autocontrole, os braços dela
estavam entrelaçados na cintura dele sua cabeça apoiada em seu peito. Ele
agradecia internamente por ela ter uma estatura relativamente mais baixa que a
dele, pois, se fitasse aqueles olhos cor de mel, tão próximos aos seus não
conseguiria manter a coerência de seus pensamentos. Por sua vez, Ryo, estava
alheia às sensações que invadiam o amigo, a agora se mantinha totalmente
relaxada enquanto aproveitava aquele momento, a colônia almiscarada de JaeJoong
tinha o poder de acalmá-la e isso tornava aquele momento ainda mais deleitoso.
A fotógrafa não sabia como Jae conseguia tal efeito sobre ela, pois, mantê-la
assim serena apenas por estar perto não era algo fácil de conseguir.
A garota levantou o rosto para olhá-lo e encontrou uma
expressão no mínimo estranha no rosto de seu Oppa. O professor parecia que
estivera a observando, mas, ao mesmo tempo, tinha um olhar vago e lábios
selados em uma linha reta, como se estivesse em uma de suas discussões
internas. Quando ele notou seu olhar algumas emoções desconhecidas cruzaram sua
face. Dois segundos depois ele se desvencilhou dos braços da menor com o máximo
de sutileza que conseguiu e saiu, caminhando rápido por entre as pessoas que
dançavam, deixando uma Luana totalmente confusa.
Depois de se recuperar do ocorrido ela decidiu ir atrás
dele, foi até a mesa onde eles estavam antes, mas não o encontrou. JaeJoong não
estava agindo normalmente e ela queria saber o real motivo disso, então
continuou procurando até localizá-lo. Ele estava no terraço olhando para o céu
com uma fisionomia um pouco atordoada, numa das mãos um copo de whisky e na
outra um cigarro preso entre os dedos. Essa combinação fez com que Luana
tivesse certeza de que realmente estava acontecendo alguma coisa. A garota
ficou observando-o por um tempo. Por mais que pensasse não conseguia entender o
que estaria se passando pela mente dele, só sabia que devia ser algo bem
conflitante. Caminhou silenciosamente e se apoiou no beiral ainda o fintando,
sem dizer nada.
Jae não olhou para ela imediatamente, mantinha os olhos
fixos na linha do horizonte, brigava consigo mesmo por deixar influenciar-se,
mas sabia que isso era inútil. Depois de um suspiro resignado olhou para a
garota, mais uma vez, recebendo o impacto daqueles globos âmbar que o
analisavam com preocupação. Ele sabia que ia acabar levantando alguma suspeita
a qualquer momento, ela o conhecia a um bom tempo e uma hora teria de
desconfiar de algo, mas o rapaz ainda queria evitar que isso ocorresse.
– O que está acontecendo Jae? Você fugiu da pista como se
tivesse visto um fantasma. – Luana o encarava, procurando qualquer sinal que
pudesse denunciar o que o incomodava.
“Anda JaeJoong pensa em alguma coisa! Você precisa de uma desculpa” –
pensava ele.
– E então? Estava só treinando corrida com obstáculo ou o
que? – ela tentou brincar para ele se sentir mais a vontade.
“É isso!” – ele se lembrou do dia em que saiu
correndo da aula para escapar de uma aluna. – Não, é que eu pensei que tinha
visto uma das alunas... E... E...
– Você não queria ser assediado outra vez? – ela perguntou
rindo, embora achasse que se esse fosse mesmo o motivo o amigo teria exagerado
muito em sua reação.
– Exatamente! – ele confirmou aliviado por Luana ter,
aparentemente, engolido a estória.
– É só isso mesmo? – Luana quis ter certeza.
– Sim. – disse ele tentando voltar à postura despojada de
antes.
– Se é assim... – ela deu de ombros, e também começou a
olhar para os prédios com suas luzes brilhantes, até que se lembrou de algo. – Hey!
Preciso que você me ajude com uma coisa. – pediu ela com uma fisionomia de quem
tinha um plano malicioso em mente.
-X-
Priscila e Henry estavam totalmente concentrados no ritmo
suave da balada que tocava no local, por alguns momentos, esqueceram-se de tudo
a sua volta e estavam apenas curtindo o “aqui e agora”. A advogada mantinha os
braços em torno do pescoço do amigo e o rosto apoiado próximo ao seu ombro
enquanto ele havia a enlaçado pela cintura e afundado o rosto em seus cabelos.
Vez ou outra eles faziam algum comentário aleatório sobre um assunto qualquer,
desde que não fosse nada que atrapalhasse aquela serenidade que havia se
instalado sobre eles. Ambos estavam tão imersos nessas sensações que nem se
quer perceberam o aconteceu a menos de dois metros deles, no momento em que Jae
saiu em disparada para longe da fotógrafa.
Quando finalmente pararam de dançar Luana e JaeJoong já
estavam no bar conversando de modo complacente, sem nenhum resquício aparente
da cena do terraço. Bell e Kelle também estavam se dirigindo para lá. Assim que
se aproximaram Ryo mudou de assunto rapidamente, pediram mais alguns drinques e
voltaram para a mesa onde todos estavam antes. Logo recomeçando uma conversa
animada, sendo esse o momento perfeito para colocarem o plano a prova.
– O que você tem hoje Pryh? – perguntou Ryo com uma cora de
quem não queria nada.
– Por quê? – a outra não entendeu o motivo da pergunta.
– Sei lá, você até agora só ficou bebendo Ice ou coquetéis
quase sem nenhum tipo de álcool. – provocou a fotografa.
– Acho que perdemos a Priscila que gostava de brincar com
aqueles joguinhos de virar copo. – Jae zombou numa aparecia totalmente
relaxada, mas ou mesmo tempo cheia de escárnio, exatamente do jeito que
irritaria a mais nova.
– Até parece, ainda conseguiria te vencer nas torres de
choop tranquilamente. – falou ela sem nem pensar direito, fazendo com que Henry
a olhasse preocupado, e Ryo risse com sarcasmo só para provocá-la ainda mais.
– Que tal fazermos uma aposta então. Uma torre pequena de
choop, quem terminar primeiro escolhe uma punição para o adversário. – propôs
Jae, terminando seu Whisky. Ryo cruzou os dedos, precisava que a amiga topasse
e perdesse a aposta para o plano dar certo.
Kelle e Bell apenas ficaram olhando de um lado para outro da
mesa como se tivessem assistindo uma partida de tênis, desde que Jae fizera sua
primeira observação suspeitavam que a advogada fosse tentar provar que ele
estava errado. Pryh tinha um ego muito grande para deixar isso barato, então
não ficaram nada surpresas quando ela respondeu a proposta num tom convencido.
– Espero que esteja pronto para perder! – respondeu ela, com
uma “punição” já se formando nas profundezas de sua mente.
– Pryh você é minha amiga, mas sinto informar que eu não
aposto para perder. – JaeJoong provocou num tom ainda mais presunçoso, fazendo
a menor serrar os olhos para ele, e Ryo ter de se segurar para não comemorar o
fato de que seu plano estava saindo perfeitamente como o programado.
Priscila era do tipo que não
conseguia dizer não a um desafio, então não pensou duas vezes em responder
JaeJoong, mesmo sabendo que teria uma grande chance de perder, ele era
naturalmente mais forte para bebida que ela. O fato de já estar meio alta pelos
primeiros drinques da noite também ajudaram a concordar com a ideia.
– Pryh tem mesmo certeza de que quer
fazer isso? – o moreno agora quis saber, mesmo tento aceitado ajudar Luana não
queria que Pryh ficasse bêbada.
– Tenho sim porque tá com medo
agora? – questionou a garota irredutível.
– Medo de você? Até parece baixinha.
– Não-me-chama-de-baixinha! –
Priscila quase rosnou para o mais velho, que revirou os olhos e em seguida
chamou o garçom para fazer o pedido. Enquanto isso Lele, Bell e Henry apenas
ficaram olhando de um para o outro. Os três tinham certeza que aquilo não iria
dar certo.
– Aqui estão. – o garçom falou
enquanto ele e outro funcionário colocavam os pedidos na mesa. Três litros de
cerveja em cada uma das torres. A advogada olhou para a sua e fez um movimento
afirmativo com a cabeça, não gostava muito do sabor, sempre preferia coquetéis
e afins, mas acreditava que poderia dar conta do recado. Afinal o que poderia
dar errado?
– Vocês vão mesmo fazer isso? –
Henry perguntou, ficando cada vez mais aflito.
– Mochi não seja chato. – falou ela
irritada.
– Não estou sendo chato, estou sendo
sensato é diferente. – ele ficou bicudo.
– E então o que vamos apostar? – a
morena perguntou um pouco ansiosa, mas já pensando no que proporia a Jae. Caso
ele pudesse, teria que de bancar um jatar para uma de suas alunas que ele não
gostava.
– Já sei! – JaeJoong falou como se
tivesse se lembrando e algo bem interessante, embora já soubesse a um tempo o
que iria dizer. – Pryh se você perder terá que fazer um mês de aula de dança...
– Sério!? Vou adorar te ver todos os
dias! – A advogada quase riu da proposta, estava começando a achar que pensara
em algo muito ruim para o amigo.
– Tem que ser algo motivador! –
indagou Luana encorajando o professor a continuar.
– Eu sei. Por isso... As aulas não
serão comigo e sim com o DongHae! – falou Jae sorrindo de canto de boca. Um
sorriso diabólico se esboçou no rosto de Ryo, e foi ai que a advogada percebeu
quem tinha dado aquela ideia de castigo.
Pryh cerrou os olhos tomados por uma
ponta de raiva alternando o foco entre os dois. Henry fez cara de desentendido,
já Bell e Kelle fizeram de tudo para não rir, as duas fariam de tudo para
acompanhar pelo menos uma única aula caso Pryh perdesse. Enquanto pensava em
como seria um mês inteiro convivendo com o “intruso”
uma nova ideia surgiu na mente da garota. Se eles queriam um castigo
“estimulador” que ambas as partes tivesse ideias de mesmo nível.
– Tudo bem, eu posso até ter que aguentar
aquele ser odioso por um mês. – a advogada bufou só de pensar na possibilidade,
mas logo sua fisionomia também se tornou mais maquiavélica enquanto encarava-os. – Mas, se você perder,
terá que pagar um jantar para uma de pessoa que eu escolher.
– Só isso? – ele a interrompeu, já
esperava por isso, seria uma de suas alunas, ele tinha certeza. Não era nada
que pudesse ser tão ruim, poderia até pedir a Ryo para interromper o jantar se
a escolhida se empolgasse demais. O que ele realmente não queria que
acontecesse.
– Não queridinho você me manda para
meu pesadelo personificado e quer que seja só isso? A pessoa em questão é a
Ryo... – falou ela lentamente e JaeJoong ficou um pouco assustado com o olhar
significativo que recebeu. “Pryh não
teria coragem de propor coisa pior teria?” era isso que ele se perguntava e
como resposta teve um olhar ainda pior do que o anterior. Pode aposta que sim. Era isso que aquele olhar queria dizer. – E você vai ter que beijar ela. – concluiu sorrindo
mais ainda.
Talvez, vendo a cena de fora, essa
fosse uma proposta inofensiva, mas não nesse caso. Pryh tinha descoberto que
JaeJoong estava balançado por Luana em pouco tempo, embora a mais interessada
parecia totalmente alheia a isso. Então a única forma que havia de ajudá-los era
dando um empurrãozinho. E nada melhor do que esta oportunidade. Ele fitou a
amiga por alguns segundos sem acreditar no que havia ouvido.
“Por que fui me meter nessa? Oh,
claro, por que não consigo dizer não para Ryo. Ótimo JaeJoong, olha o que você
foi aprontar! E seu alto controle onde fica? Pryh será que não dava para ter um
castigo pior?... Bem castigo não porque não será um castigo sentir os lábios
dela junto aos meus... JaeJoong foco!”
Antes que ele pudesse ordenar seus
pensamentos e responder alguma coisa Luana foi mais rápida e disse que o rapaz
aceitaria. Embora nem ela soubesse direito o porquê de ficar tão agitada com
aquela proposta, mas se seu plano não desse certo e Pryh, por algum milagre
ganhasse a aposta não seria tão ruim, afinal Jae era seu amigo há tempos, um
beijo é só um beijo não é? Nem ela sabia mais essa resposta. Apenas resolveu
confiar na sorte.
-X-
Sinceramente fiquei com dó do Jae quando escrevi isso, tadinho, Ryo (personagem) sua má!
Gente e aquela cena da Pryh babando no Hae no parque, nem parece minha pessoa u.u
Bom acho que com isso pelo menos voltei um pouco o foco pra esse casal, já que nos capítulos anteriores estava mais PryHenry que PryHae... Enfim, isso prova que eu ainda não decidi se quem fica com quem XD
teste
ResponderExcluirTalvez seja comigo, mas eu consegui visualizar melhor sua fic nesse capítulo e seus diálogos estão divinos, super naturais!
ResponderExcluirSimplesmente adorei aquela conversa esclarecedora de fatos das meninas... Agora sim as coisas entraram no eixo.
A cena do Jae e da Ryo dançando até a hora que ele sai, é simplesmente perfeita! Eu amei!
Minha cena preferida de toda a fic!
Babei nessa descrição... Quase vi a cena em 3D!
Mas convenhamos, Jae está um pouco "mole" né não? ahsuhsuashuasha~ Ok, ok ~
Ai ~ Adoro essa expectativa de não saber com quem a Pryh vai ficar.
Eu acho o Henry divino, e morro de dó quando penso que ele já sofreu pela Pryh e agora está aos poucos se envolvendo na mesma situação... Mas ver aos poucos quem vai conquista-la me deixa super animada.
Mas é claro que estou torcendo para a Pryh perder né? Mesmo querendo ver o romance de Ryo e Jae avançar, quero mais é que a Pryh perca pra ter muitas cenas HaePryh.
E esse capítulo arrasou! Eu adorei!
Muitas revelações e deu uma coluna pra fic!
Bem, é isso.
beijos~♥
Quero PryHenry!!!! *.*
ResponderExcluirAi sei la... ele é TAO fofo...
e quero jaejoong e luanaaa! *.*
E EU É QUE MANDO! SUHAHUASUHHSUA brincaa 8D
mas tou AMANDO ESSA FIC! entao se os casais ficarem assim eu amo mais.. *tijolada*
ENFIM, XDXDXD continue por favoooor /o/ e bem rapidinho ^^