Estranhas Sensações
Logo que Luana chegou ao clube já se dirigiu a cafeteria para o
habitual cappuccino que tomava toda manhã com JaeJoong. O fato ocorria mais
pela simples companhia um do outro do que pelo café propriamente dito. Assim
que ela entrou no recinto notou o rapaz sentado de costas para a entrada numa
das mesas da parte mais afastada do terraço, já com duas xícaras sobre a mesa.
– Bom dia Sunshine... – disse ele depois de ganhar um abraço da menor.
– Bom dia Jae, como está hoje?
– Sinceramente? Ainda bem que é sexta, se eu tiver que aguentar outro chilique
de uma das minhas “alunas” novamente, juro que vou perder a paciência. Sem
contar aquela garota nova que exige mais atenção do que o necessário.
– Calma amanhã você já vai estar livre disso.
– Ainda bem, quem disse que ser professor de dança é fácil merece
apanhar. – Ryo riu do comentário do
amigo, Jae assim como ela não se importava de dizer o que estava pensando. –
Mas mudando de assunto, tem algo programado para esse final de semana?
– Para falar a verdade não. A Kelle deve ter algo para trabalhar já
que começaram a apresentar a peça nova logo. Pryh provavelmente estará ocupada
com a Bell...
– Me diz que filmou a cara da Priscila!
– Ela teve um surto literalmente, mais eu me esqueci de filmar porque
também tivemos uma surpresa.
– Como assim? – perguntou JaeJoong franzindo os lábios.
– O Henry, aquele rapaz que você conheceu há algum tempo voltou a nos
visitar, e vai passar um tempo como nosso hospede.
– Humm. – Jae fez um sinal afirmativo com a cabeça e tomou um gole de
seu cappuccino. Um estranho desconforto tomou conta do rapaz ao imaginar outro
cara dividindo o apartamento com as garotas. Ou melhor, com Luana.
– O que foi? – ela notou que ele ficou estranho depois do comentário.
– Nada não. Tenho uma aula agora. Então até mais. – Ele se levantou
rapidamente, mal dando tempo para que Ryo respondesse um: “Boa aula!”
– O que deu nele agora? – ela perguntou para si mesma observando as
costas do rapaz, cobertas apenas por uma regata branca, que se afastava.
Depois do ocorrido ela seguiu direto para o estúdio onde se reuniu com
YuJin
e passou as coordenadas dos trabalhos do dia. Porém seus pensamentos vagavam de
tempos tem tempos para Jae. Ela não conseguia entender o motivo dele ter ficado
tão incomodado.
JaeJoong teve uma manhã
estranha, nem ele entendeu o peso que sentiu no estomago quando Luana falou de
Henry. Não tinha uma opinião formada sobre o rapaz, já que mal o vira em sua
ultima visita, pois o mesmo passara o tempo todo com Priscila. Isso fez com que
ele tentasse comparar a sensação que sentia em relação amizade dos dois, já que
Pryh também era como uma irmã mais nova. Apesar de querer saber exatamente qual
era a intenção desse cara com ela não se sentia tão alvoroçado quanto quando
pensou em Henry na mesma casa que Ryo. Por um momento ele achou que só
estivesse agindo como um irmão mais velho, porém viu que havia um sentimento
diferente, algo mais profundo e não identificado.
Por fim, como esses pensamentos
deixavam-no um pouco alheio a aula que ministrava decidiu deixá-los para lá.
Voltando sua atenção as alunas que já reclamavam de sua dispersão, às vezes ele
se sentia assustado com as atitudes de algumas delas, na maioria jovens
mulheres que queriam “aulas” particulares. Enfim, depois de quatro aulas, e
duas recusas para “tomar alguma coisa depois de seu expediente” ele seguiu para
o almoço.
-X-
Anabell
teve uma reunião de cerca de uma hora com o diretor da clínica. Ela não pode
deixar de ficar surpresa com o quão novo – e bonito – o médico era. Cabelos castanhos
claros, esguio, pele clara, olhos puxados, e um sorriso diabolicamente
encantador. Combinaram que as primeiras consultas seriam feitas sob os cuidados
do mesmo, como havia explicado, era uma questão de política da clínica.
– Bem
Dra. Anabell, como só chegou à cidade a pouco vai ficar feliz em sabe que só
começaremos a precisar de seus serviços na próxima segunda. – comentou o jovem
cirurgião ainda analisando-a com um sorriso simpático.
– Dr. Park...
– Só
JungSoo, ou Teuk, por favor. – ele a interrompeu. – Não estamos em uma consulta
afinal.
– Tudo
bem, JungSoo, mas então, por favor, me chame de Anabell, ou Bell.
– Okay
Bell, você dizia...?
– Só
iria agradecer, realmente preciso dessa semana para me situar.
– Entendo,
mudanças costumam ser bem complicadas, mas já conseguiu um apartamento ou vai
fazer como eu que passei quase dois meses morando em um hotel?
– Na
verdade me mudei para o apartamento de uma antiga colega de faculdade. – ela
sorriu abertamente, feliz com a ideia de ter Pryh por perto.
– Que ótimo
assim, pelo menos já conhecerá alguém na cidade, claro além dos colegas de
trabalho.
Aquela
conversa se estendeu por mais algum tempo, agora um pouco menos formal, LeeTeuk,
não tinha só a aparência de moço, ele emanava jovialidade e simpatia. E ao
contrario dos muitos chefes de hospitais que Anabell conheceu, não se sentia o
último oásis do Saara só porque ocupava um cargo elevado. Sua humildade acabou
cativando Bell. Porém o que ela não havia notada era o fato de que JungSoo
também ficou fascinado por ela. O jeito meigo com um “quê” de sensualidade,
combinado as formas naturalmente belas
da garota eram um atrativo raro no meio dele. Há tempos não se interessava por
alguém tão rapidamente quanto agora.
– Tem
planos para o almoço? – perguntou ele num impulso, logo se assustando por ter
dado voz ao pensamento. Por um momento se preocupou que a garota fosse
responder algo rude por sua atitude invasiva, todavia sua voz ao responder
tinha a mesma doçura que parecia ser uma característica constante em sua
personalidade.
–
Estava pensando em almoçar em um restaurante que vi no caminho da clinica.
– Pois se
considere com sorte, eu mesmo irei levá-la a um restaurante, não muito perto
daqui, mas que possui um ótimo cardápio. E se quiser posso te indicar os
melhores lugares para visitar, afinal, passei pela mesma experiência que você.
– ele tentou explicar racionalmente o motivo do convite, mais para si mesmo do
que para a garota que também estranhara um pouco o convite, mas acabou
aceitando a proposta.
Os dois
seguiram para o restaurante de taxi, pois além de LeeTeuk estar com
indisposição para dirigir ele queria evitar o possível estresse com o transito.
Isso acabou dando mais tempo para que eles conversarem. E, durante a refeição,
o médico mostrou uma faceta mais descontraída e até cômica, o que Bell achou
completamente adorável.
– Como
descobriu esse lugar? – Perguntou ela depois de um tempo observando o
restaurante, era um local atípico, e que não era muito conhecido, pois ficava
no ultimo andar de um prédio, o que dava uma vista panorâmica da cidade aos
seus frequentadores.
– Eu
morava aqui perto há algum tempo com um amigo, e acabamos fazendo a descoberta.
– respondeu ele sorrindo enquanto olhava para o horizonte, ali tudo parecia
mais calmo, sem vestígios da correria do dia-a-dia. – Então sempre vínhamos para
cá quando Dong queria ter folga da cozinha.
– Dong?
– perguntou Anabell achando o apelido diferente, ela precisava se acostumar
agora que vivia num bairro lotado de imigrantes sul-coreanos.
– Meu
colega de apartamento, DongHae, geralmente ele quem costuma cozinhar para não
termos um incêndio ou coisa parecida. – Teuk riu espontaneamente com a piada de
si próprio. – Costumo dizer que é mais fácil fazer uma garota normal ter os
lábios de Angelina Jolie do que me verem fazendo qualquer coisa no mínimo
comestível.
Anabell
riu francamente ao imaginar uma cena do belo rapaz a sua frente tentando
preparar um jantar para ela, não que ligasse para sua falta de habilidade
culinária, ela não se importaria de cozinhar para ele. “Que pensamento é esse?” se perguntou pouco depois, logo eles
voltaram a uma conversa mais “segura”.
-X-
Luana já estava no estacionamento caminhando em direção ao seu carro
quando ouviu alguém gritando por seu nome. Ao se virar encontrou JaeJoong
correndo em sua direção ofegante. Ele parou a sua frente fazendo um sinal com
as mãos para que ela esperasse até que sua respiração voltasse ao normal. A
garota riu e ficou observando o rapaz respirando cansado com as mãos nos
joelhos, como se tivesse corrido uma maratona.
– Tá ficando fora de forma é Jae? – brincou a menor agora o mirando
divertida, ele apelas lançou lhe um olhar de desdém e se endireitou.
– Eu venho aqui correndo querendo te convidar para almoçar comigo e
você me chama de sedentário por tabela? Ótimo. – atacou ele indignado.
– Não sabia que era para isso que estava correndo, achei que estava
treinando para as olimpíadas. – ela disse irônica e depois riu do bico raivoso
que ele fez em resposta. – Jae larga de ser besta. E então veio me convidar para
almoçar é?
– Sim, só não sei se ainda vou fazer isso. – respondeu em tom de
escárnio – Até agora pouco eu estava louco por um prato de comida italiana, mas
talvez tenha perdido o apetite.
– Comida Italiana? Ótima ideia! – falou ela ignorando o resto da
frase. – eu iria almoçar com a Pryh e o Henry então será que poderia chama...
– NÃO! – ele a interrompeu, falando um pouco mais alto do que deveria.
– Quero dizer, deixa eles se curtirem um pouco, afinal o cara veio para
visitá-la e deve querer ficar um pouco sozinho com ela né? – emendou, se
batendo intimamente por ter quase gritado a primeira palavra. Tudo isso para
que ela não ficasse tão próxima assim de Henry.
– Tudo bem então. – assentiu Ryo agora também achando que havia um
pouco de coerência nas palavras do amigo.
Ela começou a andar em direção a seu carro, mas Jae a segurou pelo
braço e fez um movimento de negação com a cabeça, arrastando-a em seguida no
sentido contrario onde deixara o seu próprio veículo estacionado. Pouco tempo
depois eles estavam no restaurante.
– Agora me conta tudo que não tinha dito sobre ontem e a chegada da
Bell e do amigo da Pryh. – pediu JaeJoong, no meio do almoço, novamente com o
tom meio autoritário.
– O que quer saber? – perguntou Luana estranhando a repentina
curiosidade pelos novos hospedes da casa.
Por um momento ela chegou a cogitar a hipótese de que tanto falar de
Anabell o rapaz acabou se interessando pela garota. “Mas sem conhecê-la? Não isso não faz o gênero de Jae” – pensou ela
após analisar melhor a ideia. Porém, por causa disso, decidiu não falar muito
sobre a garota. O que gerou no rapaz um desconforto bem parecido com o que
sentiu naquela manhã. Depois de um tempo, ouvindo o quão legal o tal de Henry
era Jae não se aguentou e achou melhor mudar o rumo daquela conversa para algo
que não o deixasse tão exasperado.
– Você acredita que aquela garota da aula da manhã queria de toda
forma que eu almoçasse com ela hoje? Cara que menina doida! – disse ele com a
cara de assustado que sempre mantinha ao falar das abordagens bizarras de suas
alunas.
– Então foi por isso que você pareceu correndo daquele jeito? Estava
literalmente fugindo as pressas da garota? – Ryo não aguentou e começou a rir,
Jae teria ficado bravo com outra pessoa rindo dele, mas não com ela. – Espera
ai! – Ryo ficou séria de repente – Você me convidou para almoçar com você só para
se livrar dela? – A garota lançou um olhar furtivo ao ele.
– Não é nada disso. Eu fugi sim da garota, mas eu realmente queria
almoçar com você... – explicou ele.
Luana voltou a sorrir do jeito que Jae se apressou para explicar-se,
porém seu sorriso desvaneceu-se quando ela olhou para a porta do restaurante e
viu os novos clientes que entravam. DongHae e dois amigos, os mesmo que ela já
havia visto naquele restaurante uma vez. O outro de aparência alegre e brincalhona
não estava presente. E mais uma vez ela se viu perdida observando o rapaz que
lhe roubara a atenção da outra vez. Era impossível não se hipnotizar por aquela
presença dominadora, e pelo ar intimidador e sexy, mas ao mesmo tempo
convidativo.
Vendo o olhar fixo da garota JaeJoong se virou para procurar o que
prendia sua atenção, a primeira coisa que notou foi DongHae parado na entrada conversando
com o maître. Mas não era isso que ela observava, seguindo a linha do olhar de
Ryo ele percebeu que ela encarava um dos amigos do colega de trabalho. Ele não
estava acreditando naquilo, era só ele achar que estava afim de uma garota para
surgirem, sabe-se lá de onde dois caras que poderiam tirá-la dele.
“Tirá-la de mim? Ai Deus eu já tô pensando assim?
É Jae você não tem mais salvação.” –
concluiu ele em pensamento.
-X-
Quando Kelle passou por um dos corredores do setor administrativo da
companhia de teatro se surpreendeu ao encontrar SiWon na sala do antigo
contador, já analisando os livros. A surpresa se dava ao fato de que os outros
funcionários só chegariam dali a meia hora. O rapaz realmente havia madrugado
para começar a trabalhar. Porém ao invés de achar aquilo admirável Lele tomou
como uma forma de exibição. Presumiu que o garoto estava querendo “mostrar
serviço” para impressionar o novo chefe. Fosse o que fosse ela não iria ficar
parada ali o observando, então logo seguiu até sua própria sala, para estudar
alguns scripts do dia, posteriormente se dirigiu a uma sala onde a equipe da
peça ensaiaria.
Assim que todos se reuniram ela começou a dirigir o ensaio, não se
surpreendendo com o atraso de HeeChul, que só apareceu ao final do segundo ato.
– Sinto informar, mas você está atrasado. O ensaio começou a duas horas. –
Falou a garota sem nem se dar ao trabalho de olhar para o rapaz.
– Sinto desapontá-la, mas não estou atrasado de forma alguma, estou
aqui desde bem antes de você chegar, tive uma reunião com o diretor. – HeeChul
sorriu de escárnio apreciando a reação de Kelle, a qual metralhava-o com o
olhar.
Ela não sabia a quem odiar mais o “Sr. Certinho” ou o “Sr. Esnobe”.
Mas de alguma forma SiWon a afetava mais, só restava descobrir o porque de
tamanho poder de irritabilidade em tão
pouco tempo. O ensaio seguiu com as típicas alfinetadas. No horário do almoço
eles dispensaram os atores e SiWon apareceu, aparentemente para almoçar com
HeeChul, eles saíram primeiro e alguns minutos depois Kelle deixou o teatro e
seguiu para seu restaurante favorito. Porém, para seu desgosto, ao chegar ao
estacionamento do mesmo reconheceu o carro de seu “adorável” colega de trabalho e resolveu seguir para casa, afinal só
seriam mais cinco minutos dirigindo.
A garota estranhou o silencio que o apartamento se encontrava quando
passou pela porta, pensou que Priscila e Henry talvez tivessem saído para
almoçar fora, mas desconsiderou a ideia assim que notou as chaves do carro e a
bolsa de Pryh sobre a mesa próxima ao armário de casacos da entrada. A
produtora andou pela casa e não encontrou ninguém, então se lembrou que poderiam
estar no quarto de Henry. Foi até o lá e encontrou-os dormindo abraçados, e o
mais formidável, Pryh estava totalmente relaxada, o que não era muito comum de
se ver. Chegando ao ponto em que ela própria às vezes tinha de fazer a advogada
ir dormir a força, isso quando não a encontrava dormindo em cima de uma pilha de
processos.
Henry parecia um cara legal, e se tinha o poder de fazer sua amiga se
desconectar de toda a loucura que era sua vida, ele ainda tinha mais pontos a
seu favor. Isso tudo além do sexto sentido de Lele gritando que o garoto
gostava mesmo de Priscila. Kelle fechou
a porta do quarto devagar ainda sorrindo por causa da cena e seguiu para a
cozinha. Preparou o almoço dos três, fazendo o mínimo de barulho possível para
que os dois adormecidos não acordassem.
Depois de almoçar deixou um bilhete grudado na geladeira com um ímã.
Foi ate seu quarto e pegou uma câmera e bateu uma foto daqueles dois. Uma hora,
de uma forma ou de outra, aquilo seria útil. Ela guardou a câmera na bolsa e
saiu do apartamento para mais uma tarde na companhia de teatro.
-X-
Para infelicidade de JaeJoong
DongHae os notou no restaurante e foi até onde estavam, e como desgraça pouca é
bobagem, adivinhem quem o seguiu até a mesa? Claro, os dois amigos.
– Hey Jae, Ryo! Cumprimentou
DongHae alheio aos pensamentos do rapaz.
– Olá! – JaeJoong falou
ríspido, deixando o mais baixo confuso.
– Tudo bom Dong? – Ryo
finalmente conseguira achar sua voz e tentava manter seu olhar longe dos outros
rapazes.
– Tudo sim, principalmente hoje
que não tenho mais aulas, e vou pode voltar para casa... Ai! – DongHae recebeu
um cutucão de um de seus amigos, Ryo não conseguiu identificar quem era, pois
agora estava olhando para um ponto fixo na parede de vidro atrás do garoto.
JaeJoong no entanto notou que havia sido o mesmo cara que a amiga estivera
observando. – Desculpem minha indelicadeza... Esses são HeeChul e SiWon. – o
professor falou um pouco irritando, pois já iria apresentá-los.
– Prazer! – Os dois disseram em
uníssono.
“HeeChul? Um nome marcante” – pensou
Luana enquanto os cumprimentava tentando manter-se o mais normal possível.
Enquanto isso JaeJoong agradecia por saber a quem deveria xingar mentalmente.
– Podemos nos juntar a vocês? –
Perguntou DongHae.
– Na verdade já estávamos
terminando. – JaeJoong respondeu com uma voz quase sem emoção. Ryo olhou para o
amigo tentando entender o porquê da repentina mudança de comportamento. Tudo
bem que ela já estava terminando, mas eles poderiam ficar mais um pouco.
– Ah sim, tudo bem então. – Por
sorte DongHae ficou desatento a conduta do outro, despediu-se normalmente e
seguiu junto aos amigos para a mesa que o maître indicou-lhes. Logo em seguida
JaeJoong pediu a conta e eles se levantaram para ir embora, deixando as
sobremesas quase intactas.
– O que deu em você? – Luana
perguntou assim que entraram no carro.
– Eu que pergunto o que deu em você? – replicou ele mal humorado, e só
então percebeu que estava, mais uma vez, agindo impensadamente. – Tipo, não me
leve a mal, mas você estava olhando tanto para aquele tal de HeeChul que achei
melhor tirá-la de lá logo. – corrigiu-se numa voz mais branda.
Ryo ficou instantaneamente sem
graça, fazendo com que JaeJoong não soubesse se ficava aliviado por não ter
sido descoberto ou com raiva por ela ficar visivelmente afetada pelo seu
comentário. Ligou o carro sem dizer mais nada e começou a dirigir, se fosse
falar mais alguma coisa provavelmente daria bandeira outra vez, ou acabariam
brigando, e isso era a única coisa que não queria fazer. Ela por sua vez
agradeceu o fato do amigo não ter dito mais nada, embora não tivesse tido
coragem de olhar para seu rosto e ver sua fisionomia depois do comentário. A
garota ligou o som e começou a cantarolar a música que passava olhando para a
janela do carro.
-X-
Priscila acordou um pouco assustada, sem saber direito onde estava. A
visão embaçada pelo sono apenas piorava isso. Só depois de sentir os braços de
Henry em torno de si que entendeu que ele havia a carregado a cama dele. A advogada
olhou para o relógio em cima do criado mudo, se assustou. Passavam um pouco das
duas e meia da tarde. Os dois haviam dormido quase a manhã toda e ainda passado
da hora do almoço. A morena tentou sair dos braços do rapaz, mas ele a abraçava
apertado. Era incrível a força que ele tinha mesmo dormindo. O máximo que ela
conseguiu foi se virar para encará-lo.
– Henry! – chamou baixo, ele não se moveu. – Docinho de leite ninho? –
Nada.
Ela bufou, aquele garoto sabia como ter um sono pesado. Nesse momento
ela teve a ideia de pagar o “bom dia” do amigo de um jeito parecido. Deu um
jeito de afrouxar um pouco o abraço de aço dele e em seguida o encheu de
cócegas.
– Hey! Hey! Hey! – Priscila riu do jeito afobado que as palavras
saíram. – Garota só eu posso fazer isso! – reclamou.
– Quem foi que disse? – cantarolou ela.
– Eu disse! – respondeu ele batendo com a mão no peito.
– Nada disso moleque! Temos direitos iguais aqui.
– Então é minha vez!
Depois da segunda guerra de cócegas do dia eles finalmente seguiram
para a cozinha. Pryh iria começar a pensar no que fazer para eles quando achou
o bilhete rosa grudado na porta da geladeira.
“Passei por aqui e fiz o almoço,
está na geladeira. É só vocês aquecerem. Ryo e Bell provavelmente almoçaram
fora, então comam tudo.
Beijos, Lele.
P.S: Vocês ficam muito fofos
dormindo abraçados... XD”
A advogada riu um pouco sem graça, mas também de um jeito grato, Kelle
sempre seria uma mãezona. Essa era só uma das coisas que ela sempre fazia.
Henry que ate então estivera parado no meio da cozinha, foi até Pryh, apoiando
o queixo em seu ombro para que pudesse ler, e, assim como ela, sorriu meio sem
jeito pelo final do bilhete.
– Desgruda! Eu preciso abrir a geladeira. – falou Pryh saindo de perto
dele.
– Só vou deixar barato porque eu estou com fome. – rebateu Henry.
– É sei. – Pryh o fitou se segurando para não rir e depois tratou de
esquentar o almoço que se resumia a macarronada e uma salada. Logo depois os
dois se sentaram a mesa, que já havia sido posta pelo próprio Mochi.
– Eu não tô com tanta fome assim Henry. – Essa era Priscila reclamando
com o garoto que queria forçá-la comer mais do que ela julgava necessário.
– Mas é melhor você pelo menos terminar de comer o que colocou, tá
querendo viver de luz agora é?
– Mas eu comi... – a garota
tentou protestar, mas ele a interrompeu com um olhar severo.
– Parte da salada não é nada, anda logo trata de terminar.
– Quando não é a Lele é você, e agora acho que a Bell também. – Ela
resmungava enquanto comia. – Feliz agora? – perguntou quando terminou.
– Pode-se dizer que sim, agora vamos, preciso resolver algumas coisas
na filial da empresa do papai e você vem comigo. Não vai ficar trancada aqui o
dia todo!
– Mas você não ia aproveitar para descansar? – perguntou ela quando
eles estavam no elevador.
– Iria, mas ele quer que eu envie alguns documentos até o fim da tarde,
e tem que ser eu.
Pryh já estava manobrando o carro
para sair quando algo chamou sua atenção. DongHae estava saindo de carro, porém
não no Audi azul, que por sinal se encontrava ausente, ele dirigia um Toyota FT-86 Concept vermelho. Ela não poderia acreditar, e
muito menos controlar a fisionomia pasma que a “descoberta” lhe gerou. A garota
aproveitou-se do fato de que ele havia parado para conversar com o porteiro e passou
por ele em uma menor velocidade, queria ter certeza de que não se equivocara,
mesmo sabendo que reconheceria aquele rapaz mesmo de longe.
–
Algum conhecido? – Henry perguntou um pouco incomodado com o olhar fixo da
garota no rapaz.
–
Ele trabalha no mesmo lugar que a Ryo, é um novo professor de dança.
–
Entendi. Mas porque o ar de surpresa? – perguntou ele querendo compreender o
motivo do interesse repentino de Priscila no rapaz.
– Nada, só não
esperava vê-lo. – o que ela queria responder era: “vê-lo nesse carro.” Mas achou
melhor deixar isso de lado, o melhor amigo não tinha nada haver com seu
conflito particular.
– Humm, então
vamos para o escritório? – Henry falou de um jeito um pouco aflito devido à
necessidade enorme de que a garota voltasse sua atenção para ele novamente.
– Okay. –
respondeu ela já se dirigindo a saída.
-X-
Assim que Kelle chegou a sua sala encontrou, ninguém mais, ninguém
menos que SiWon a esperando. Ele estava sentado em uma das cadeiras de frente a
mesa dela, a perna esquerda apoiada no joelho direito dando amparo a um livro,
provavelmente com suas anotações. Vestia um terno chumbo perolado e camisa de
seda branca com alguns botões aberto. Nesse momento Lele não teve como negar o
quão atraente ele se mostrava, e aquela aparência concentrada só ressaltava
isso. A garota engoliu em seco e foi em direção a seu lugar, fazendo com que o
rapaz desviasse a atenção das paginas para o rosto dela com um sorriso
simpático.
– Boa Tarde! – Ele se pronunciou amigável, Lele apenas um movimento
com a cabeça o cumprimentado. – O Diretor pediu para me passar a lista de materiais
que você ira precisar na próxima peça, assim já posso incluir no orçamento
mensal, e evitar fazer o trabalho duas vezes.
Kelle apenas assentiu e
retirou uma pasta sanfonada da primeira gaveta da escrivaninha e começou a
buscar pelas informações solicitadas. Ele continuou a observá-la, já havia
notado que aquela era uma mulher de poucas palavras, mas agora se perguntava se
o problema era com ele. Se bem que a visível implicância que HeeChul e ela
tinham um com outro era mais visível. Ela sentiu um incomodo estranho e quando
levantou seus olhos notou o olhar constante que SiWon lhe lançava.
– Aqui está. – a produtora
entregou os papeis a ele, a voz um pouco ríspida, mas não tanto quanto gostaria.
Por algum motivo àquela proximidade e olhar dele deixaram-na com o corpo
formigando, sensação que ela desaprovava.
– Você sempre fala assim tão pouco
com todo mundo ou o problema sou eu mesmo? – SiWon não resistiu ao impulso de
provocá-la.
– Isso você vai ter que descobrir
sozinho. – respondeu ela com um sorriso sínico – Agora se me der licença tenho
mais trabalho a fazer.
SiWon a olho de alto a baixo,
sustentando o olhar que ela lançou lhe, antes de se virar dizendo: – Vou
descobrir...
Quando ele deixou a sala Kelle se
sentou em sua cadeira como se seu corpo estivesse pesando uma tonelada. Que
porcaria era aquela? SiWon não tinha o direito de causar efeitos bizarros nela.
Ela se negava a isso.
-X-
Arrisco a dizer que o pensamento de quem leu é "O QUE HOUVE COM O AUDI!?"
Responta: SURPRESA!.... *Risada Maléfica*
[Leia o Capítulo 11]
O Jae com ciúmes ~ Own coisa fofa! ~♥
ResponderExcluirAi, eu também ia querer uma "aula" particular Jae... ^.~
AMEI ~ O Jae com ciúmes~ *suspira* que fofo, ele não está notando (ou começou a agora a notar) que está apaixonado ~♥ LINDO~LINDO~LINDO~*APERTA*
Viajei na descrição do JunSoo ~*suspira eternamente* ~
Se eu tivesse uma namorado com o Henry, viveria numa bolha de surto interno~
Sorria feito uma lesada o tempo todo e meu olhos seriam estrelas-farol de carro de tanto brilhar!
Pode ser pelo tempo que fiquei sem vir, pode ser por nossas conversar, pode ser pelo que for...
Mas eu estou adorando DI!
Pra mim ela está ficando cada vez melhor!
aja~aja dong!
Beijos~♥
Eu pensei.. ."que Audi?" quando eu li sua note (porque li quando estava comentando no meio da história né)
ResponderExcluirMas daí aparece o outro carro e eu... .... o.o... ... ... ESSE CARA É BILIONÁRIO! VAI ME DIZER QUE O AUDI TÁ NA GARAGEM? AVIÃO!
E mais!:
OU... AVÁ! SAINDO COM O CARRO DA NAMORADA? POR QUE NÉ. É IMPOSSÍVEL ALGUÉM COM SÃ CONSCIÊNCIA DEIXARIA UM AUDI~ AVÁ!
~~
É leitoras... É triste, BUUUUTTTT~ ...
É a única explicação lógica para alguém não estar com o Audi! u.u ~